domingo, 25 de outubro de 2015

Show Hammond Groove JazzB

Desde que fui apresentado ao órgão eletrônico pela coleção de LPs de meu pai, passei a admirar o som cativante e energético deste instrumento. Em especial, fazia parte da minha coleção de discos mais ouvidos o Jimmy Smith at the organ vol. 2. Minha irmã não apreciava muito, talvez pelo individualismo que evocava. Era jazz, afinal de contas, e a atmosfera que trazia era mesmo de contemplação solitária, mas muito energética. Novamente uso esta palavra para falar do assunto e sei o motivo. O som do órgão eletrônico tem esta capacidade de provocar a audição com seu timbre rico e espaçoso. O som até consegue lembrar seu antepassado à ar, mas herda um pouquinho da rebeldia da guitarra, com quem divide a época e a origem elétrica. Me lembra inclusive da distorção fantástica que Stevie Ray Vaughan conseguiu colocar em sua guitarra.

Até aqui, no entanto, não tive a oportunidade de ouvir ele ao vivo. Imagine minha alegria quando descobri que uma banda com órgão elétrico tocaria no JazzB.



Hammond Groove se apresenta como um órgão trio, formado por bateria, guitarra e pelo órgão Hammond em si. Foi delicioso ouvir as músicas com melodias simples mas muito bem executadas, compondo uma mistura equilibrada de repetições dos temas, variações e solos livres. Em geral começavam calmamente, mas a dinâmica com seus crescentes de tensão fazia a empolgação aumentar rapidinho.

Notável a qualidade do baterista, com técnica e arte muito apuradas, era capaz de criar melodias sozinho em seu solo, sem deixar de destruir a bateria, obviamente. Acima de tudo, fazia isso sem ofuscar aos demais, como já vi acontecer.

Um dos momentos altos do show foi a música água de côco. Iniciou-se com a declaração de que seríamos levados para uma outra atmosfera, à beira mar, com seus cheiros e sons. No final me arrepiei e me emocionei com as deliciosas dissonâncias e convolução de toques de percussão.

Enfim, uma noite para falar sobre.

Abaixo as partes iniciais de algumas das músicas. O show completo, só ao vivo. Ouvi dizer que eles voltarão ao JazzB em novembro.




domingo, 29 de junho de 2014

Ordem e Caos

O que vêm primeiro? A ordem ou o caos?

Num certo sentido, é preciso que haja algo antes de tudo. Seja em ordem ou desordem. Havendo algo, então pode-se evoluir o sistema. A entropia do universo, uma forma de medir a desordem, é comprovada como sempre aumentando. Acredito que para sistemas naturais, isso também se aplica. Sistemas que evoluem naturalmente, que não sofrem a aplicação de esforço para que se mantenham em ordem, acabam por ficar mais desordenados.

Nós, enquanto máquinas de processar informação, atuamos na direção contrária. Procuramos manter e aumentar a ordem, às custas de esforço.

Num certo sentido, lutamos contra a natureza, possuindo o papel contrário. Dada a desordem, o desconhecimento, procuramos conhecer, ordenar.

Uma possível compreensão dos processos seriam:
1- Façam-se as dúvidas. Várias delas.

Exemplos: Quais os elementos que compõem a água? O que determina o comportamento humano? Quais são as possíveis de governo?

2-Com esforço, descobrem-se algumas respostas.
3-Após um tempo, temos um conjunto desordenado de respostas. Conhecemos algumas coisas, mas em desordem.
4-Com mais esforço, procura-se a ordem entre as respostas. Surge uma dúvida metacognitiva. Há ordem entre as respostas? Qual?
5-Com esforço, encontra-se a ordem.

Exemplos de ordem deste tipo poderiam ser: Um índice, uma equação, uma tabela periódica, um conceito abrangente.
6-Após a descoberta de várias ordens, elas se tornam respostas a várias perguntas, e podem ser objeto de novo processo. O ciclo se repete.
7-Em todos os processos, gasta-se esforço para conhecer e também para manter a ordem do que já é conhecido.

Este é uma espécie de processo indutivo super generalizado.

Dele fazem parte a formação indutiva e recorrente de conceitos, que por sua vez compreende a formação da linguagem, a ciência e a filosofia.

Exemplos belíssimos ciência são a formação da tabela periódica e o modelo padrão de partículas. No início destas classificações, havia a dúvida sobre o que nos formava. Na medida em que os elementos (partículas) foram sendo descobertas, estas dúvidas foram sendo preenchidas, até um momento em que um grande número se apresentava, ainda em desordem. A ordem foi buscada e encontrada, formando a tabela periódica e o modelo padrão.

Nisso fica exposto que somos uma aberração da natureza. Enquanto ela avança para a desordem, nós queremos organizar tudo, entre coisas e idéias, sempre às custas de energia, nos dois sentidos, físico e humano.

Se um dia a humanidade se extinguir, o trabalho da humanidade acumulado por todas as gerações poderá ter sido em vão. O universo perderá seu único competidor conhecido.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Comentários de Leitura - Uncertainty: The Life and Science of Werner Heisenberg

Seguem alguns comentários sobre o livro Uncertainty: The Life and Science of Werner Heisenberg, de David C. Cassidy publicado em 1993.

O livro é um relato biográfico da vida de Werner Heisenberg, descobridor, entre outras coisas, da mecânica quântica matricial e do princípio de incerteza que leva seu nome. A história de Heisenberg se destaca entre as de seus colegas, não só pela sua genialidade, mas também pelos conflitos morais que sua dedicação pela ciência alemã dentro do regime nazista lhe impuseram. A questão moral mais saliente, foi o seu papel como um dos principais cientistas do projeto nuclear alemão, e os motivos que preveniram o seu sucesso na construção de uma bomba atômica.

O livro apresenta um relato esclarecedor do contexto que envolveu a criação de Heisenberg. Conta como a família prezava pela ascensão social e como o pai se preocupava com as dificuldades de se encontrar uma posição na vida acadêmica. Mostra também o papel que a competição entre os dois irmãos, incentivada pelo pai, teve no direcionamento para a matemática.

Por fim, fica claro a influência da cultura de "apolitismo" que vingava no meio científico alemão nos constantes atrasos e fraquezas das decisões éticas de Heisenberg.

Pessoalmente, dadas as minhas origens, o livro foi fascinante, ao relatar a história e o contexto alemão antes da I guerra mundial. A cultura e os comportamentos daquela época são aqueles trazidos para o Brasil por meus ascendentes.

Fica minha recomendação de leitura. Abaixo, coloco alguns comentários sobre partes específicas do livro.


Comentário: O autor enfatiza que a família de Heisenberg, em especial seu avô e pai, estavam em constante busca de ascensão social. No entanto não deixa claro de onde esta busca se origina e não a questiona, não ficando claro se ela era de fato nutrida pelos Heisenberg´s ou se é um reflexo das aspirações do próprio autor.

Conceito interessante: "wander year", que o avô paterno de Werner tomou como rito de passagem após concluir a formação de chaveiro. Interessante que este ano parece ter dado lucro, uma vez que o texto afirma que ele "obviamente se saiu bem, comprando na volta o seu negócio, casa e celeiro". pg 4

Trecho de destaque: "When Wilhelm died in 1913, August (...) wrote of the 'sincerest and most trusting relationship' that he had enjoyed with his father 'continuously from childhood on, until the very last... In everything that I have in life, he stood by me with his cousel, and whatever I succeeded in doing pleased me, because it pleased him. ' " pg 5

Fato interessante: O uso de jogos pelo pai para ajudar a resolver as dificuldades matemáticas do irmão despertou em Werner a consciência de sua habilidade e gosto (interesse) pela matemática. pg 14

Trecho de destaque. Sobre o compromisso com a democracia (ou a falta dele) e sobre a futilidade da atuação solitária: "Com o regime em controle do aparato legal e com a SA ( Sturmabteilung) em controle das ruas, talvez a oposição mais efetiva que Heisenberg e outros acadêmicos poderiam ter lançado naqueles primeiros meses teria sido a mobilização política das classes média e média-alta contra o regime e suas políticas. Mas dada a popularidade inicial do regime, oposição teria sido possível apenas se tivesse sido mobilizada muito antes de 1933. Isso teria exigido uma sensibilidade política e um comprometimento com a democracia que não existia. Professores que individualmente tentavam despertar uma oposição democrática forma considerados como exemplos da futilidade do protesto individual - precisamente porque estavam sozinhos"
pg 305

Trecho de destaque. Sobre a opinião de Planck, que influenciou Heinsenberg diretamente:
"Plank, no entanto, recusou; sua visão da política o levou a acreditar que seus protestos passariam sem ser reportados  e que seus cargos seriam preenchidos por uma ralé desmerecedora - um dano ainda maior para a profissão em sua pátria amada." pg 306

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Chet Baker: A Taste of Honey

Nada como uma meia luz, um copo de algum líquido enebriante e Chet Baker para encerrar a noite.


Winds may blow over the icy sea
I'll take with me the warmth of thee
A taste of honey
A taste much sweeter than wine

I will return
I'll return
I'll come back for the honey and you

I'll leave behind my heart to wear
And may it e'er remind you of
A taste of honey
A taste much sweeter than wine

I will return
I'll return
I'll come back for the honey and you

He ne'er came back to his love so fair
And so she died dreaming of his kiss
His kiss of honey
A taste more bitter than wine

I will return
I will return
I'll come back for the honey and you
I'll come back for the honey and you

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Blitz und Donner!

Oh! Blitz und Donner!
Fallen auf mich und verfluche mich, weil ich versagt.

Ich versagt um glücklich sein.  Ich versagt bei der Ernte.
Die Zeit verging und die Ernte ist ruiniert.

Oh! Gottër auf Krieg, Liebe und Gerechtigkeit!
Dass meines Versagens Asches kann in der Zukunft so schöne und viszeralen Träume als die die ich in diese großartige und abscheulichen Tag hatte zu ernähren.




Oh! Raios e trovões!
Caiam sobre mim e me amaldiçoem pois eu falhei.

Falhei em ser feliz.
Falhei na colheita.
O tempo passou e a colheita está arruinada.

Oh! Deuses da guerra, do amor e da justiça!
Que as cinzas da minha falha possam, no futuro, alimentar um sonho tão belo e visceral como o que tive neste dia terrível e maravilhoso.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Discurso de Malala

This is a transcription of the speech that Malala Yousafzai gave to the United Nations on 12 July 2013, the date of her 16th birthday and "Malala Day" at the UN.


In the name of God, the most beneficent, the most merciful.


Honorable UN Secretary General Mr Ban Ki-moon, respected president of the General Assembly Vuk Jeremic, honorable UN envoy for global education Mr Gordon Brown, respected elders and my dear brothers and sisters: Assalamu alaikum.


Today is it an honor for me to be speaking again after a long time. Being here with such honorable people is a great moment in my life and it is an honor for me that today I am wearing a shawl of the late Benazir Bhutto. I don't know where to begin my speech. I don't know what people would be expecting me to say, but first of all thank you to God for whom we all are equal and thank you to every person who has prayed for my fast recovery and new life. I cannot believe how much love people have shown me. I have received thousands of good wish cards and gifts from all over the world. Thank you to all of them. Thank you to the children whose innocent words encouraged me. Thank you to my elders whose prayers strengthened me. I would like to thank my nurses, doctors and the staff of the hospitals in Pakistan and the UK and the UAE government who have helped me to get better and recover my strength.


I fully support UN Secretary General Ban Ki-moon in his Global Education First Initiative and the work of UN Special Envoy for Global Education Gordon Brown and the respectful president of the UN General Assembly Vuk Jeremic. I thank them for the leadership they continue to give. They continue to inspire all of us to action. Dear brothers and sisters, do remember one thing: Malala Day is not my day. Today is the day of every woman, every boy and every girl who have raised their voice for their rights.


There are hundreds of human rights activists and social workers who are not only speaking for their rights, but who are struggling to achieve their goal of peace, education and equality. Thousands of people have been killed by the terrorists and millions have been injured. I am just one of them. So here I stand. So here I stand, one girl, among many. I speak not for myself, but so those without a voice can be heard. Those who have fought for their rights. Their right to live in peace. Their right to be treated with dignity. Their right to equality of opportunity. Their right to be educated.


Dear friends, on 9 October 2012, the Taliban shot me on the left side of my forehead. They shot my friends, too. They thought that the bullets would silence us, but they failed. And out of that silence came thousands of voices. The terrorists thought they would change my aims and stop my ambitions. But nothing changed in my life except this: weakness, fear and hopelessness died. Strength, power and courage was born.


I am the same Malala. My ambitions are the same. My hopes are the same. And my dreams are the same. Dear sisters and brothers, I am not against anyone. Neither am I here to speak in terms of personal revenge against the Taliban or any other terrorist group. I am here to speak for the right of education for every child. I want education for the sons and daughters of the Taliban and all the terrorists and extremists. I do not even hate the Talib who shot me. Even if there was a gun in my hand and he was standing in front of me, I would not shoot him. This is the compassion I have learned from Mohammed, the prophet of mercy, Jesus Christ and Lord Buddha. This the legacy of change I have inherited from Martin Luther King, Nelson Mandela and Mohammed Ali Jinnah.


This is the philosophy of nonviolence that I have learned from Gandhi, Bacha Khan and Mother Teresa. And this is the forgiveness that I have learned from my father and from my mother. This is what my soul is telling me: be peaceful and love everyone.


Dear sisters and brothers, we realize the importance of light when we see darkness. We realize the importance of our voice when we are silenced. In the same way, when we were in Swat, the north of Pakistan, we realized the importance of pens and books when we saw the guns. The wise saying, "The pen is mightier than the sword." It is true. The extremists are afraid of books and pens. The power of education frightens them. They are afraid of women. The power of the voice of women frightens them. This is why they killed 14 innocent students in the recent attack in Quetta. And that is why they kill female teachers. That is why they are blasting schools every day because they were and they are afraid of change and equality that we will bring to our society. And I remember that there was a boy in our school who was asked by a journalist why are the Taliban against education? He answered very simply by pointing to his book, he said, "a Talib doesn't know what is written inside this book."


They think that God is a tiny, little conservative being who would point guns at people's heads just for going to school. These terrorists are misusing the name of Islam for their own personal benefit. Pakistan is a peace loving, democratic country. Pashtuns want education for their daughters and sons. Islam is a religion of peace, humanity and brotherhood. It is the duty and responsibility to get education for each child, that is what it says. Peace is a necessity for education. In many parts of the world, especially Pakistan and Afghanistan, terrorism, war and conflicts stop children from going to schools. We are really tired of these wars. Women and children are suffering in many ways in many parts of the world.


In India, innocent and poor children are victims of child labor. Many schools have been destroyed in Nigeria. People in Afghanistan have been affected by extremism. Young girls have to do domestic child labor and are forced to get married at an early age. Poverty, ignorance, injustice, racism and the deprivation of basic rights are the main problems, faced by both men and women.


Today I am focusing on women's rights and girls' education because they are suffering the most. There was a time when women activists asked men to stand up for their rights. But this time we will do it by ourselves. I am not telling men to step away from speaking for women's rights, but I am focusing on women to be independent and fight for themselves. So dear sisters and brothers, now it's time to speak up. So today, we call upon the world leaders to change their strategic policies in favor of peace and prosperity. We call upon the world leaders that all of these deals must protect women and children's rights. A deal that goes against the rights of women is unacceptable.


We call upon all governments to ensure free, compulsory education all over the world for every child. We call upon all the governments to fight against terrorism and violence. To protect children from brutality and harm. We call upon the developed nations to support the expansion of education opportunities for girls in the developing world. We call upon all communities to be tolerant, to reject prejudice based on caste, creed, sect, color, religion or agenda to ensure freedom and equality for women so they can flourish. We cannot all succeed when half of us are held back. We call upon our sisters around the world to be brave, to embrace the strength within themselves and realize their full potential.


Dear brothers and sisters, we want schools and education for every child's bright future. We will continue our journey to our destination of peace and education. No one can stop us. We will speak up for our rights and we will bring change to our voice. We believe in the power and the strength of our words. Our words can change the whole world because we ware all together, united for the cause of education. And if we want to achieve our goal, then let us empower ourselves with the weapon of knowledge and let us shield ourselves with unity and togetherness.


Dear brothers and sisters, we must not forget that millions of people are suffering from poverty and injustice and ignorance. We must not forget that millions of children are out of their schools. We must not forget that our sisters and brothers are waiting for a bright, peaceful future.


So let us wage, so let us wage a glorious struggle against illiteracy, poverty and terrorism, let us pick up our books and our pens, they are the most powerful weapons. One child, one teacher, one book and one pen can change the world. Education is the only solution. Education first. Thank you.


Fonte: The Guardian

quinta-feira, 28 de março de 2013

Policiais Poetas


Poema

Já era quase madrugada
Neste querido Riacho Fundo
Cidade muito amada
Que arranca elogios de todo mundo
O plantão estava tranqüilo
Até que de longe se escuta um zunido
E todos passam a esperar
A chegada da Polícia Militar
Logo surge a viatura
Desce um policial fardado
Que sem nenhuma frescura
Traz preso um sujeito folgado
Procura pela Autoridade
Narra a ele a sua verdade
Que o prendeu sem piedade
Pois sem nenhuma autorização
Pelas ruas ermas todo tranquilão
Estava em uma motocicleta com restrição
A Autoridade desconfiada
Já iniciou o seu sermão
Mostrou ao preso a papelada
Que a sua ficha era do cão
Ia checar sua situação
O preso pediu desculpa
Disse que não tinha culpa
Pois só estava na garupa
Foi checada a situação
Ele é mesmo sem noção
Estava preso na domiciliar
Não conseguiu mais se explicar
A motocicleta era roubada
A sua boa fé era furada
Se na garupa ou no volante
Sei que fiz esse flagrante
Desse cara petulante
Que no crime não é estreante
Foi lavrado o flagrante
Pelo crime de receptação
Pois só com a polícia atuante
Protegeremos a população
A fiança foi fixada
E claro não foi paga
E enquanto não vier a cutucada
Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada
Já hoje aqui esteve pra testemunhá
A vítima, meu quase chará
Cuja felicidade do seu gargalho
Nos fez compensar todo o trabalho
As diligências foram concluídas
O inquérito me vem pra relatar
Mas como nesta satélite acabamos de chegar
E não trouxemos os modelos pra usar
Resta-nos apenas inovar
Resolvi fazê-lo em poesia
Pois carrego no peito a magia
De quem ama a fantasia
De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia
Assim seguimos em mais um plantão
Esperando a próxima situação
De terno, distintivo, pistola e caneta na mão
No cumprimento da fé de nossa missão

Riacho Fundo, 26 de Julho de 2011
Del REINALDO LOBO
63.904-4

Versos de outro poema

Recolhemos a tal arma
sem força ou resistência
O velho cumpriu o trato
Sem gastar uma insistência
O velho nunca mais vi
Deve estar por ai
Em paz com a consciência

Em memória daquele velho da distante joazeiro
Que entregou tão bela arma
Sem querer glória ou dinheiro
Fiz esse relato em verso.
Ao doutor delegado peço
Que o receba, por derradeiro.
O autor é um soldado de Contagem, não identificado nas reportagens.