Um vale de flores
flores, um mar
mergulho entre elas
calmamente, belamente
Sinto o sol sobre mim
me aquece
estou tranquilo, deitado
sobre algumas delas,
as outras me envolvem
Mar dourado de margaridas
lugar secreto
só eu e Ele
minhas forças desfalecem
não importa
nada importa
só a Sua presença.
Schliptz, janeiro de 2001.
domingo, 20 de setembro de 2009
Funk
Só um tapinha não dói...
Não dói nada,
pode bater!
Só um chutinho não dói...
Experimente onde quiser!
Só uma facadinha não dói...
Me esfaqueie pra ver!
Um tapinha não dói nada,
Faz parte da vida,
já que estou morta mesmo...
Eu sou
O cadáver,
O cadáver da mulher violentada.
Na hora doeu,
Agora não dói mais,
nada mais dói.
Não dói nada,
pode bater!
Só um chutinho não dói...
Experimente onde quiser!
Só uma facadinha não dói...
Me esfaqueie pra ver!
Um tapinha não dói nada,
Faz parte da vida,
já que estou morta mesmo...
Eu sou
O cadáver,
O cadáver da mulher violentada.
Na hora doeu,
Agora não dói mais,
nada mais dói.
Schliptz, 2001.
Desafinados
Porque no peito dos desafinados
dos feios
dos fracos
dos raquíticos
dos pobres
dos esquisitos
dos ridículos
dos tímidos
dos idiotas
dos cafajestes
dos estúpidos
dos burros
dos babacas
dos sem-graça
dos obesos
dos barrigudos
dos sem-lugar-pra-cair-morto
dos sem noção
dos bêbados
dos pentelhos
dos chatos
dos mancos
dos gagos
dos fanhos
dos caolhos
dos desdentados
dos broxas
dos rejeitados
dos sóbrios
dos viciados
dos caretas
dos menininhos
dos meninões
No peito de cada um de nós
também bate um coração
Tum, tum, tum
tumtumtum, tumtum
dos feios
dos fracos
dos raquíticos
dos pobres
dos esquisitos
dos ridículos
dos tímidos
dos idiotas
dos cafajestes
dos estúpidos
dos burros
dos babacas
dos sem-graça
dos obesos
dos barrigudos
dos sem-lugar-pra-cair-morto
dos sem noção
dos bêbados
dos pentelhos
dos chatos
dos mancos
dos gagos
dos fanhos
dos caolhos
dos desdentados
dos broxas
dos rejeitados
dos sóbrios
dos viciados
dos caretas
dos menininhos
dos meninões
No peito de cada um de nós
também bate um coração
Tum, tum, tum
tumtumtum, tumtum
Schliptz, 2009.
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