domingo, 29 de junho de 2014

Ordem e Caos

O que vêm primeiro? A ordem ou o caos?

Num certo sentido, é preciso que haja algo antes de tudo. Seja em ordem ou desordem. Havendo algo, então pode-se evoluir o sistema. A entropia do universo, uma forma de medir a desordem, é comprovada como sempre aumentando. Acredito que para sistemas naturais, isso também se aplica. Sistemas que evoluem naturalmente, que não sofrem a aplicação de esforço para que se mantenham em ordem, acabam por ficar mais desordenados.

Nós, enquanto máquinas de processar informação, atuamos na direção contrária. Procuramos manter e aumentar a ordem, às custas de esforço.

Num certo sentido, lutamos contra a natureza, possuindo o papel contrário. Dada a desordem, o desconhecimento, procuramos conhecer, ordenar.

Uma possível compreensão dos processos seriam:
1- Façam-se as dúvidas. Várias delas.

Exemplos: Quais os elementos que compõem a água? O que determina o comportamento humano? Quais são as possíveis de governo?

2-Com esforço, descobrem-se algumas respostas.
3-Após um tempo, temos um conjunto desordenado de respostas. Conhecemos algumas coisas, mas em desordem.
4-Com mais esforço, procura-se a ordem entre as respostas. Surge uma dúvida metacognitiva. Há ordem entre as respostas? Qual?
5-Com esforço, encontra-se a ordem.

Exemplos de ordem deste tipo poderiam ser: Um índice, uma equação, uma tabela periódica, um conceito abrangente.
6-Após a descoberta de várias ordens, elas se tornam respostas a várias perguntas, e podem ser objeto de novo processo. O ciclo se repete.
7-Em todos os processos, gasta-se esforço para conhecer e também para manter a ordem do que já é conhecido.

Este é uma espécie de processo indutivo super generalizado.

Dele fazem parte a formação indutiva e recorrente de conceitos, que por sua vez compreende a formação da linguagem, a ciência e a filosofia.

Exemplos belíssimos ciência são a formação da tabela periódica e o modelo padrão de partículas. No início destas classificações, havia a dúvida sobre o que nos formava. Na medida em que os elementos (partículas) foram sendo descobertas, estas dúvidas foram sendo preenchidas, até um momento em que um grande número se apresentava, ainda em desordem. A ordem foi buscada e encontrada, formando a tabela periódica e o modelo padrão.

Nisso fica exposto que somos uma aberração da natureza. Enquanto ela avança para a desordem, nós queremos organizar tudo, entre coisas e idéias, sempre às custas de energia, nos dois sentidos, físico e humano.

Se um dia a humanidade se extinguir, o trabalho da humanidade acumulado por todas as gerações poderá ter sido em vão. O universo perderá seu único competidor conhecido.

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